A presença do Android nos smartphones atingiu seu ápice em fevereiro do ano passado, alcançando uma parcela de 90%. No entanto, a partir desse ponto, sua participação começou a diminuir gradualmente. Confira o gráfico abaixo para ilustrar essa tendência:
Qual é a causa desse fenômeno?
A pesquisa aponta o preço como uma das principais razões por trás da “popularidade limitada do iOS no Brasil”. De fato, um iPhone não está ao alcance de todos no país. O modelo iPhone 12, com 64 GB de armazenamento, tem um preço de R$ 5.699.
No entanto, o preço dos iPhones não está em sintonia com os rendimentos mensais da grande maioria dos brasileiros. De acordo com dados do IBGE, a renda média mensal per capita no Brasil foi de R$ 1.586 em 2022. No ano passado, metade da população viveu com uma média de R$ 537 por mês, enquanto apenas 1% ganhou mais de R$ 17.000 por mês.
Além das disparidades sociais, o preço dos iPhones quase dobrou no país entre 2016 e 2019. Enquanto isso, as restrições decorrentes da pandemia levaram mais pessoas a buscar aparelhos com preços de até R$ 1.500 entre 2020 e 2021.
Uma outra pesquisa revelou que a venda de smartphones com valores entre R$ 1.100 e R$ 2.000 representou 37,8% do mercado no terceiro trimestre de 2021. Nesse período, a marca chinesa Xiaomi se destacou como a mais popular no país.
Isso não é por acaso: o lançamento mais recente da Xiaomi, o Redmi 12, anunciado em abril, está disponível por menos de R$ 2.000. A marca, que utiliza o sistema operacional Android, conquistou seu espaço entre os consumidores brasileiros nos últimos anos. Em 2019, apenas 2% dos usuários possuíam smartphones dessa marca, enquanto hoje esse número ultrapassa os 9%.
A baixa adoção do iOS, no entanto, não é uma característica exclusiva do Brasil. Outros países, como Índia e Espanha, também apresentam uma taxa de adoção do sistema da Apple abaixo dos 15%.